domingo, 28 de novembro de 2010

Canto banzo não, suburbano.

O meu canto não é banzo.
Sou urbano
E carrego comigo toda a sede do novo.
Com os olhos fechados
Sinto o ecoar desta cidade
Que não me quer,
Mas também é minha.
Em cada arranha céu
Tem o meu sangue.
Em cada asfalto quente,
Há o meu suor.
Nesta multicultura,
Estou.
Em cada ritmo,
Tem as minhas mãos.
Em cada voz,
Existe a minha palavra.
Canto
E meu canto ressoa
Nos becos dos morros,
No choro pelos mortos,
Pela vida que vai chegar.
Canto
E meu canto tem a Irmandade dos Pretos,
Zumbi,
Solano Trindade,
Tem Lelia,
Da Gama
E Chico-Rei,
Tem os do Negreiro.,
Os que esqueceram tem.
Meu canto não é banzo,
É urbano
E isso é o que me faz ser
Rei.